Com a divulgação de 38 resultados positivos para a Covid-19, includindo três jogadores do elenco principal, após a realização de 293 testes, o Flamengo tenta criar uma bolha de imunidade para voltar a treinar na próxima quarta-feira. Na data, o clube já terá refeito as análises em atletas e funcionários do Ninho do Urubu que não acusaram contaminação. Elas estão previstas para segunda e terça. É quando termina a quarentena decretada pelo Governo do Estado até dia 11 de maio. Até lá, porém, seguem as incertezas sobre a liberação. Por isso, a intenção é repetir os exames toda semana. No discurso, a diretoria rubro-negra espera o retorno “o mais breve possível?.
O Flamengo quer dar ao seu departamento de futebol respaldo médico e jurídico para recomeçar. E se tornar uma espécie de exemplo de que as empresas devem voltar aos poucos, bandeira defendida pelo Governo Federal. A expectativa é por mais casos como os das 11 pessoas que tiveram contato com o vírus e possuem anticorpos chamados IGG positivos. Ou seja, já teriam passado pelo ciclo imunes. Entre esses, estão dois jogadores do profissional. O clube não divulgou nomes de atletas e dos demais contaminados, mas informou que todos os 38 estão assintomáticos.
O protocolo prevê um processo contínuo de monitoramento com testagem, triagem, isolamento e quarentena de quem teve o resultado positivo e de quem convive com quem foi diagnosticado. Inclusive, mais testes já foram comprados além dos 600 iniciais. O custo estimado é entre R$ 200 por teste. Assim, os três atletas que testaram positivo ficarão isolados em casa, e o mesmo acontecerá com jogadores que tiveram familiares ou funcionários contaminados.
Os atletas contaminados ficam duas semanas em quarentena e depois são testados novamente. Os que convivem com quem teve o vírus diagnosticado se isolam por uma semana, e em seguida são avaliados para saber se foram contaminados. Em caso negativo, são reintegrados ao elenco. Caso contrário, voltam para o isolamento mais longo.
Os quase 300 testes feitos pelo Flamengo foram em funcionários de todas as regiões do Rio – Baixada, Niterói, etc. A maioria foi ao Ninho do Urubu fazer a avaliação, enquanto jogadores e comissãio técnica colheram exames em casa. O CT já passou por desinfecção e é higienizado periodicamente. O efetivo de pessoal foi cortado em 80%, com setores do futebol em trabalho remoto. O clube entende que perder jogadores não é um problema na retomada dos treinos, até porque haverá apenas quatro ou cinco por campo de uma vez.
O técnico Jorge Jesus, em conversas internas, indicou que todos querem voltar com segurança. E teve o respaldo do chefe médico, Márcio Tannure. A ideia é que se o departamento juridico falar que pode voltar a treinar, o clube volta a qualquer momento. O treinador terá que usar máscara e luvas, além de álcool em gel, nas atividades. E fará exames mais completos, da parte cardíaca, pulmonar e renal.
Fonte: O Globo