Além de dirigentes e políticos que militam na bancada da bola, Jair Bolsonaro conserva uma amizade especial no futebol, a de RenatoGaúcho. O técnico do Grêmio, eleitor declarado do presidente em 2018, foi consultado sobre a volta dos jogos no Brasil em meio à pandemia do novo coronavírus, conforme informou o Jornal Zero Hora.

O GLOBO apurou que a ligação telefônica, que aconteceu na última semana, foi feita por Bolsonaro ao técnico para questionar a opinião dele sobre o que profissionais da área, incluindo jogadores, pensariam sobre o retorno sem público neste momento. Foi então que Renato explanou as suas preocupações, e freou o ímpeto do presidente.

A relação entre Bolsonaro e Renato Gaúcho começou a través de um amigo em comum. Em função das conversas constantes ao telefone, o treinador já é carinhosamente chamado de “Ministro? por alguns amigos.

O primeiro argumento utilizado foi que, mesmo sem público, um jogo de futebol reúne muitas pessoas nos vestiários, tanto atletas, como comissão técnica e funcionários. Por si só já haveria uma aglomeração que, mesmo diante dos testes, aumentaria o risco de contaminação.

A segunda preocupação do treinador foi com os clubes de menor investimento. Ele lembrou ao presidente que o Grêmio ou outra equipe mais rica terá condições de dar segurança aos seus jogadores, mas de nada adiantará se o adversário com problemas financeiras não fizer o mesmo. A tese englobaria a volta da disputa dos Estaduais em primeiro lugar.

Nesta quinta-feira, Bolsonaro comentou para Rádio Guaíba como foi o papo com Renato, de forma superficial.

? Eu liguei para o Renato para exatamente ter informações dele sobre o que pensa o atleta no tocante a voltar o futebol ou não. Como também tenho conversado com (Rogério) Caboclo, Walter Feldman, da CBF  ? disse Bolsonaro, completando:

? A decisão de voltar o futebol não é minha, do presidente da República, mas nós podemos colaborar. Desde lá de trás, quando conversei com o Renato, eu falei: “Por mim, volta”. Ele falou: “Há um sentimento entre os jogadores de que não pode voltar agora”, porque o povo estava apavorado. Ainda está apavorado ? acrescentou Bolsonaro.