Em entrevista coletiva pela internet nesta sexta-feira, o presidente da Federação de Futebol do Rio, Rubens Lopes, respondeu a uma serie de questões sobre a volta do Estadual. E sem poder precisar o retorno da competição, enumerou formatos possiveis para ela ser finalizada no campo, admitindo inclusive jogos intercalados com o Campeonato Brasileiro, em dias seguidos, com equipes distintas.

– O prazo está ficando curto e a CBF deve achar uma solução para as suas competições. Como não queremos que o Carioca seja mutilado, não temos direito nem pretensão que isso possa acontecer com as demais competições. Se tiver jogo no sábado do Brasileiro, vai ter no domingo do Estadual. Os clubes tem elenco para isso, número de atletas. Podem jogar um dia por uma competição com um time e noutra com outro – disse o mandatário.

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JOGOS SEM PÚBLICO

Acredito que sim, essa é minha percepção pelo cenário do momento. Estamos com dificuldades para o retorno das atividades de um grupo pequeno, extrapolando para o início da competição, a presença de público eu penso que não ocorra tão cedo. Pelo menos na nossa competição, que deve ser a primeira a recomeçar, as partidas certamente serão com portões fechados. As demais são uma incógnita.

REPASSE DE R$ 120 MIL DA CBF

Até essa reunião a CBF não nos enviou qualquer valor. Mas isso não nos preocupa. Se ela disse que vai efetivar esse depósito, isso vai acontecer. Essa importância não será aplicada em compromissos da Federação. Nunca usamos nenhum recurso da CBF para o fomento do futebol. Podem ter certeza que esses recursos serão empregues no que se achar importante e urgente, como sempre foi feito com os recursos da CBF.

TESTES PARA COVID-19

São testes aprovados pelas autoridades de saúde, aplicados nas pessoas, atletas e não atletas, envolvidas nos treinamentos. Quando isso for permitido. Por questões óbvias, priorizamos os 12 clubes menores da Série A.

CONTRATOS DE 30 DIAS

Encaminhamos esse pedido para a Secretaria Nacional do Futebol, e o senhor Ronaldo Lima, o documento já está no gabinete da presidência para ser despachado. Estamos aguardando.

CENARIO ECONÔMICO

Em termos econômicos, podemos deduzir que haverá maior concentração de renda, os ativos perderão valor. Os direitos dos atletas não terão o mesmo valor. Todos os ativos perderão valor, e a concentração será inevitável. Quem tem muitos recursos terá condição de manter. Em termos de arrecadação de bilheteria, faltam 16 ou 17 partidas, se fizermos uma conta, pela média de público, a segunda do país, possamos estipular em R$ 7 milhões de prejuízo.  Não temos conhecimento de cada clube, sabemos que existirão dificuldade.

PRAZO PARA RETORNO DO ESTADUAL

Não há limite de prazo. A certeza é que o campeonato vai acabar dentro de campo. Serão realizados todos os jogos da tabela. É uma decisão da qual a Federação participou, com todos os clubes, e há unanimidade. O campeonato será encerrado dentro do campo, com as partidas faltantes. Quando isso vai acontecer não importa. Pode ser em maio, em junho. No momento em que for permitido o retorno das atividades.

DISTRIBUIÇAO DE TESTES

Os testes são para todos, gandulas, macários, todos. Cada clube terá 40 no início. Os procedimentos serão para todos, não só para atletas.

MÁSCARA EM JOGOS

A máscara é barreira mecânica par gotículas de saliva, secreções nasais. Impede um raio de ação maior, ma atrapalha a respiração. Acredito que isso não vai acontecer. Os demais, sim, gandulas, etc. Quem não estiver em esforço físico intenso.

BANCO COM MENOS ATLETAS

A tendência é essa. Se quer evitar a proximidade, manutenção de distância mínima, não tem motivo para aglomerar todo mundo no banco. O número deverá ser reduzido. Podem pedir um banco grande, vários bancos. Não tem necessidade. Durante anos os campeonatos foram jogados com número pequeno de jogadores no banco.

JOGOS FORA DO MARACANÃ, COMO GAVEA E LARANJEIRAS

Quem tem o direito de escolher onde vai realizar as suas partidas é o mandante. Todos dizem que o futebol tem que ser profissional. Se é profissional, se o jogo tem apelo para uma praça de grande público, que vai permitir recursos, não há porque realizar em outro lugar, afinal todos devem olhar sob o aspecto econômico e profissional. Ah, mas o Flamengo só joga no Maracanã. O Fluminense também. Quem quiser só jogar lá, não está proibido. Não é Centro de Treinamento de ninguém. Não há desequilíbrio técnico porque é o Maracanã.

EQUIPARAR CALENDÁRIOS

Todo mundo fala em calendário europeu, mas tem muito europeu querendo ver o calendário sul-americano. Um treinador europeu sugeriu isso. Qual a vantagem em adequar o calendário que não em relação a janela de transferência? Até seria favorável caso também pudéssemos trazer para o nosso calendário a legislação esportiva daqueles países, o PIB, tava resolvido o problema.

REDUÇÃO DE CONTRATOS

A Ferj está tentando fazer isso. A Lei Pelé estabelece três meses de contrato, no mínimo. Os clubes de menor investimento têm calendário reduzido, contratos reduzidos. O campeonato foi suspenso sem que tenha terminado, com retorno incerto, e vários contratos terminaram. Uns precisam de duas datas, duas partidas, que podem acontecer em três dias ou quatro. Não teria nenhum sentido obrigar a um novo contrato de três meses. Onera e muito os clubes, que já tem dificuldade danada agradava pela suspensão das competições. A Ferj expediu ofício para a presidência da república, tentando viabilizar Medida Provisória alterando o artigo da Lei Pelé sobre o contrato de três meses, para que nesses casos que necessitam de conclusão de seus compromissos, nos estaduais de todo o país, com 269 clubes, a duração fosse de 30 dias. Segundo o secretario nacional de futebol, Ronaldo Lima, está na mesa do presidente para despachar. Isso vai abranger todos os clubes. Resolve um grande problema.

APOIO DE ÓRGÃOS DE SAÚDE

Existe um aparato técnico para participação de profissionais de saúde. O documento tem base na saúde. Está bem claro e discriminado no protocolo. Foi encaminhado para cinco federações. Pernambuco, Alagoas, Espírito Santo, São Paulo e Santa Catarina.

PREVISÃO PARA A VOLTA DO TORNEIO

Essa nem a Mãe Dinah vai responder. Não há quem possa fazer uma previsão. Seria imprudente. Só se tiver bola de cristal. Conhecimentos extraterrestres. No momento atual, não tem previsão. Posso afirmar que estamos prontos para esse recomeço. Todas as condições para recomeço estão determinadas e vão ser seguidas de maneira uniforme por todos os clubes. Quando nos disserem que podem retornar, as autoridades de saúde que têm esse poder. Mas nem eles têm condições hoje de estabelecer uma data. Esperamos que seja o mais breve possível. Os clubes do Rio estão pronto para essas atividades. O campeonato estadual não implica em viagens aéreas, concentrações, é uma facilidade,  que o Brasileiro não tem. A Conmebol diz que vai seguir o calendário da Libertadores, mas há fronteiras de dez países. Só que nós não podemos prever. Se disserem que pode acontecer em maio, digo que os clubes estão prontos para isso.

GOVERNO DO RIO CONTRA A VOLTA DOS TREINOS

Não fomos comunicados de nenhuma decisão do governador. Encaminhamos o protocolo para ser apreciado pelo governador, secretário de saúde, para ser analisado e servir de subsídio. A expectativa é uma decisão favorável. Eles tem outras variáveis. Não temos conhecimento disso. Surge como boato. O dia em que o governo estabelecer, vamos jogar. Se não começar em maio, paciência. Podemos começar em junho? Podemos.

AÇÕES PARA REDUZIR CUSTOS

Ficou decidido que vamos suspender as parcelas do ato trabalhista. Queremos também criar um ato cível. Para facilitar as execuções. Garante que os credores vão receber. O clube formador, temos distorção no contrato, ontem postulamos ajustes para prorrogar prazos. Pedido que seja prorrogado pelo prazo de paralisação durante a pandemia. Abolimos a cobrança de taxas da Ferj para os clubes menos favorecidos. Queremos fazer um auxílio técnico, com ações que contemplem a todo mundo. Os clube precisam de ação emergencial, mas todos necessitam. Os impactos se diferem em tamanho e valor.

PROTOCOLO PARA JOGOS

O protocolo é para o retorno das atividades de treinamento. Quando voltarem os jogos, vamos trabalhar para um protocolo. O momento ainda é precoce. Quando o campeonato recomeçar, todos devem estar protegidos por medidas e orientações que lhes tragam segurança e reduzam os riscos.

FIM DE TORNEISO MENORES

Cancelamos aproximadamente 500 partidas. Multiplica pela quantidade de atletas e profissionais. Pela economia formal e informal em função. Foi necessário, infelizmente. Campeonatos femininos não devem voltar, por questão econômica.

GÁVEA E LARANJEIRAS

Isso de Gávea e Laranjeiras é uma hipótese que não pode ser descartada. Com portões fechados, não vejo nenhum inconveniente. Nesses estádios e em outros.

MENOS DATAS

A redução de datas é possível para acelerar o processo. O presidente da Fenafap admitia redução do intervalo mínimo entre as partidas, para até 48 hrs. Para o Brasileiro é dificil por causa das viagens. No Rio de Janeiro, é uma possibilidade. Para abreviar o termino do campeonato, isso pode acontecer. Claro que conversando com o Sindicato dos Atletas.