Parte dos clubes da Série A do futebol brasileiro tratam a volta dos campeonatos em maio como bastante improvável, sobretudo depois do aumento do número de casos do novo coronavírus no país.

O alerta do ministro da Saúde, LuizHenriqueMandetta, ao Fantástico, da TV Globo, de que os meses mais duros serão maio e junho, foi visto pelos dirigentes dos clubes do Rio e São Paulo, locais que lideram as estatísticas de mortes, como um balde de água fria.

Nesta terça-feira, uma reunião entre a CBF e a ConfederaçãoNacionaldeClubes, que envolve também equipes das demais divisões, deve decidir, entre outras coisas,  a ampliação das férias dos atletas de 20 para 30 dias.

Embora não haja ainda decisão oficial, é com essa perspectiva que os representantes das agremiações trabalham há algumas semanas, tanto no eixo Rio São Paulo como em outros estados, como Rio Grande do Sul.

O comunicado sobre a extesão do período de férias deve acontecer com pelo menos 48 horas de antecedência. Enquanto o prazo corre, a ideia é que os protocolos de saúde elaborados pelos departamentos médicos, em conjunto com a CBF e as federações estaduais, sejam apresentados às autoridades de saúde e governamentais para ser implementado.

Mas a colocação em prática só vai acontecer quando se souber uma data possível para a volta dos jogos. É isso que as comissões de médicos e dirigentes esperam ouvir dos representantes de seus estados.

Entre os responsáveis pelos treinamentos dos jogadores, a intenção é que se tenha 15 dias de preparação física para que se volte a jogar em seguida. Não há sentido, na visão deles, treinar para uma competição que não tem previsão de acontecer.

Nesse caso, a competição seria os Estaduais. No Rio, ficou definido que os clubes vão unificar os protocols e apresentar às autoridades. Uma videoconferência com o presidente da FErj, Rubens Lopes, acontecerá nesta segunda-feira com esse objeivo.

Mesmo com a intenção da Federação carioca de retornar em maio,  o plano é não estipular datas e deixar tudo pronto para quando o retorno acontecer.  O mesmo vale para o Brasileiro, que começaria no dia 2 de maio.

Entre os clubes, os de menor expressão se veem sufocados financeiramente e esperam a volta o quanto antes. No caso dos grandes, não é muito diferente, pois quanto mais recursos, mais contas para pagar, sobretudo em relação aos jogadores.

No Flamengo, o presidente Rodolfo Landim sinalizou que estaria com tudo pronto para o retorno das férias no dia 21 de maio já diante dos novos protocolos. Mas ele depende da aprovação dos mesmos.

O Fluminense indicou que só voltará a jogar com a garantia das autoridades do esporte e de saúde.

Em geral, os dirigentes de clubes que não fizeram acordos por redução salarial estão mais preocupados em como ficarão as receitas com mais um mês de paralisação. A tendência é que o tema volte a debate entre a Confederação Nacional de Clubes e a Fenafap – Federação de Atletas Profissionais de Futebol e os sindicatos da categoria.