Ele vivia em um apartamento de um quarto em cima da loja do pai, em Cleveland. Hoje, é um dos homens mais poderosos do mundo e agencia jogadores como John Wall, Eric Bledsoe, J.R. Smith, Ben Simmons, além de LeBron James, seu amigo pessoal. Rich Paul voltou aos holofotes da NBA essa semana, após anunciar o pedido de troca de um dos seus agenciados mais famosos, a estrela Anthony Davis.
A informação agitou os bastidores da NBA na última segunda-feira. O pivô solicitou, por meio de seu empresário, que fosse negociado pela sua equipe, os New Orleans Pelicans. Na prática, o pedido sinaliza que o jogador não tem interesse em renovar contrato com a franquia.
O atleta, um dos melhores em sua posição na liga, tem contrato com os Pelicans até julho de 2020. Isso significa que, a partir desse período, ele ficaria livre para negociar com outras equipes sem qualquer retorno para a franquia de Nova Orleans.
Objetivo do Pelicans é evitar suposto aliciamento de Davis
O pedido caiu como uma bomba para a direção da equipe, que planejava oferecer uma renovação de contrato para Davis assim que fosse permitido, em julho deste ano. Agora, cabe ao diretor geral dos Pelicans, Dell Demps, decidir se troca o atleta (o fim da atual janela de trocas é no dia 7 de fevereiro), ou se o perde sem ganhar nada no fim do contrato. Uma coisa, porém, a franquia deixa clara: seu futuro não será ditado por agentes externos.
Essa frase, publicada em um comunicado oficial da equipe sobre a a situação, é uma clara referência a Rich Paul, que incomoda a os dirigentes por um aspecto externo bem significativo: sua amizade de anos com LeBron James, seu principal agenciado. Isso porque o Los Angeles Lakers de LeBron é o principal interessado em contar com o pivô em seu elenco, carente na posição.
O próprio LeBron já foi acusado de aliciamento simbólico ao declarar que “adoraria atuar ao lado do jogador”, em dezembro do ano passado. Pelas regras da NBA, é proibido que jogadores, técnicos ou dirigentes induzam um jogador sob contrato com uma determinada equipe a assinar com outra. Jogadores, no entanto, não podem penalizados por isso.
Dias depois, o ala chegou a se explicar e dizer que “adoraria jogar com outros grandes jogadores”. Na época, Paul defendeu o amigo em entrevista.
? Isso não é novidade. Jogadores sempre se comunicaram entre eles. A diferença é que, hoje em dia, mais jogadores estão no controle e fazendo o que eles querem em vez do que os outros mandam eles fazerem ? afirmou ao site americano “The Athletic”.
Dirigentes tentaram convencer pivô a não assinar com Rich Paul
Por conta do histórico, o comunicado divulgado pelo Pelicans deixa claro que a equipe conduzirá a situação “do seu jeito e em seu tempo”, além de ter solicitado que a NBA reforce as leis anti-aliciamento no caso de Davis.
Segundo o jornalista Chris Mannix, da revista americana “Sports Illustrated”, os dirigentes da franquia de Nova Orleans tentaram, sem sucesso, demover Davis da ideia de assinar com Rich Paul por volta de setembro do ano passado. De acordo com Mannix, os dirigentes sabiam que o pivô não ficaria muito tempo na equipe ao assinar com agente.
O empresário, então vendedor de camisas, conheceu LeBron James quando o craque ainda jogava no basquete colegial, aos 17 anos. Os dois se encontraram em um aeroporto, no momento que James reconheceu uma camisa de futebol americano que Paul, de 21 anos, à época, vestia. Desde então, solidificaram a amizade.
Assim que chegou à NBA, o ala contratou o amigo para sua equipe pessoal. De lá, Paul cresceu nos negócios e, em 2012, abriu sua empresa de agenciamento, a Klutch Sports Group, da qual LeBron foi o primeiro agenciado. Além da cartela de clientes de peso, a empresa, na figura de Paul, foi uma das principais articuladoras da volta do astro ao Cleveland Cavaliers.
Fonte: O Globo