Depois de muito relutar, o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou o adiamento de Tóquio-2020 para 2021. Mas, em meio às incertezas da pandemia do novo coronavírus, o CEO do Comitê Organizador, Toshiro Muto, admitiu que é impossível garantir a realização dos Jogos no ano que vem.

? Acredito que ninguém pode dizer se será possível controlar a pandemia até julho do ano que vem. Certamente, não estamos em condições de dar uma resposta clara ? explicou Muto em entrevista.

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Os Jogos de Tóquio aconteceriam entre 24 de julho e 9 de agosto deste ano. Embora tenha tentado ao máximo evitar a mudança, o COI e Comitê Organizador cederam à pressão de atletas e federações e, no fim de março, remarcaram o início dos Jogos Olímpicos para 23 de julho de 2021. Já os Jogos Paralímpicos, por ora, terão início em 24 de agosto.

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Nos últimos dias, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, emitiu um comunicado de emergência após o país registrar uma nova onda de propagação do vírus. Internamente, o político tem sido muito criticado por ter minimizado a gravidade do vírus, o que seus adversários acreditam que aconteceu por conta de seu empenho em realizar os Jogos este ano.

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Na entrevista, Muto não detalhou quem pagará as despesas decorrentes do adiamento de Tóquio-2020. Mas reiterou que a decisão permitirá que todos “trabalhem com afinco para preparar os Jogos” e tentou não vislumbrar o cenário em caso de novo atraso:

? Em vez de pensar nisso, devemos fazer nossos maiores esforços. A Humanidade deve unir toda sua tecnologia e sabedoria para desenvolver tratamentos, remédios e vacinas.

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