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HC terá 140 anestesistas de reforço contra coronavírus a partir do dia 9 de abril



A operação de guerra montada no Hospital das Clínicas de São Paulo para enfrentar a crise da covid-19 será intensificada a partir de quinta-feira, dia 9 de abril. Uma parceria do HC com a iniciativa privada deve garantir o funcionamento do esquema emergencial montado no Instituto Central do HC, com reforço de 900 leitos, para atendimento a pacientes com a covid-19. Um grupo de empresas, reunidas pelo banco BTG/Pactual num projeto de investimento social, vai pagar o serviço de 140 anestesistas para viabilizar o funcionamento do novo complexo preparado na semana passada contra o novo coronavírus. O investimento no projeto social emergencial do banco para o HC já está na casa dos R$ 7 milhões.

“A previsão é de que o pico da crise seja atingido nos próximos dias”, disse o superintendente do HC, Antônio José Rodrigues Pereira, no final da manhã desta terça-feira, 6. “Montamos um comitê para fazer a gestão das doações”, explicou. Ele contou que a operação com o BTG-Pactual vai permitir o funcionamento de mil plantões extras por mês, quase 12 mil horas de serviço dos profissionais.

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo 
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

Foto: Wikimedia Commons / Estadão

“O valor desse investimento social do banco já chega a R$ 55 milhões, R$ 50 milhões do banco, mais R$ 5 milhões que já captamos com parceiros”, disse o CEO do BTG/Pactual, Roberto Sallouti, em entrevista ao Estado. “Mas queremos que mais clientes nossos liguem para podermos ajudar mais gente”, adiantou Sallouti, que coordena o esforço de ajuda ao sistema emergencial de combate à covid-19. Segundo ele, as empresas que já estão no projeto são Alupar, Cozan, HDI, Advent, Aegea e Perfin.

“Contratamos uma empresa de mão de obra qualificada de anestesistas, que podem atuar com a gente porque foram canceladas as cirurgias eletivas nos hospitais privados onde eles atendem normalmente”, explicou Sallouti. O projeto de ações contra a expansão da covid-19 prevê quatro pontos: doação de materiais, ampliação de leitos de hospital, apoio à população carente e testagem em massa.

Segundo ele, a contratação dos anestesistas vai permitir fazer com que o recurso humano disponível assegure o funcionamento efetivo da doação da iniciativa privada no atendimento no hospital público. “No contato com o HC, nos falaram que o gargalo lá era de profissionais de anestesistas”, contou Sallouti. “Por isso, a decisão de começar por esse serviço.”

De acordo com o médico William Nahas, do HC, uma reunião no sábado à tarde selou o acordo para a ajuda do banco ao sistema. “Doações são um hábito nos Estados Unidos”, afirmou Nahas, que é professor de urologia da Universidade de São Paulo. “Esse pessoal nos procurou espontaneamente, querendo ajudar”, disse.

Com o auxílio dos anestesistas que hoje atendem nos hospitais Sírio-Libanês, Oswaldo Cruz e Samaritano, o HC espera colocar o serviço em funcionamento no hospital de guerra montado na semana passada, quando o Instituto Central do HC foi preparado para atender os 900 pacientes, 200 deles em UTI. “Queremos ampliar isso para 350 leitos de UTI”, disse Nahas. Segundo o médico, outras empresas também estão fazendo doações. “A Natura, por exemplo, doou 17 mil litros de álcool gel, por mês, durante três meses, ao HC.”

De acordo com o superintendente do HC, será contratada uma empresa de auditoria para acompanhar a execução da operação de ajuda. “Temos um comitê formado para a gestão desses recursos e a auditoria vai acompanhar todo o processo para dar satisfação de tudo à sociedade”, afirmou.

Segundo ele, diversas doações já chegam ao hospital. “É de emocionar, por exemplo, você ver que a pessoa chega ao HC para doar três caixas de luvas”, disse. “Estão doando EPIs (equipamento de proteção individual), e até ovos de Páscoa para os servidores”, emendou.

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Estadão

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Fonte: Terra Saúde


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