Talles Magno saiu da mesa de operação no dia 26 de fevereiro com uma previsão de voltar a jogar em três meses, entre recuperação da fratura no quinto metatarso do pé esquerdo e recondicionamento físico. No meio do caminho, veio a pandemia do novo coronavírus e um cenário completamente novo para o jogador do Vasco.
No fim das contas, para o futebol da promessa de 17 anos, a paralisação tem mais pontos positivos do que negativos. Sua rotina de recuperação está praticamente inalterada em tempos de quarentena: ele segue cumprindo o prazo de até dois meses impossibilitado de apoiar o pé operado no chão, à espera da calcificação do osso.
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Pior seria se fosse uma lesão muscular ou de ligamento, que exigiria tratamentos intensivos de fisioterapia. Por causa da paralisação causada pela Covid-19, o Vasco entrou de férias, volta apenas dia 20. Até lá, Talles já deverá ter voltado a pisar com a canhota. Se o clube retomar os trabalhos para uma nova pré-temporada depois disso, ele deve se juntar aos companheiros no trabalho de monitoramento da cicratrização, para evitar recaídas, e também para começar a fazer trabalhos físicos.
– Acho que ele foi o menos afetado (pelo isolamento). Porque depende apenas da consolidação óssea. E ela precisa apenas de tempo. Na verdade eu acho que ele ganhou tempo com isso tudo – afirmou o diretor médico do Vasco, Marcos Teixeira.
Caso as recomendações de isolamento avançem maio adentro, afetando ainda mais a programação do Vasco e do futebol brasileiro como um todo, aí sim a recuperação de Talles Magno pode ser impactada de alguma forma. Atualmente, os médicos do clube estão monitorando remotamente as radiografias que têm sido feitas para checar a evolução da calcificação do quinto metatarso. Depois que ele ficar liberado para os trabalhos físicos, o distanciamento dos profissionais do clube pode atrapalhar.
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Negociação cada vez mais incerta
Talles Magno, quando voltar a trabalhar com bola, encontrará um novo técnico de quem receberá instruções. Abel Braga caiu, Ramon Menezes foi efetivado na função, e terá, em relação à joia, a mesma missão que o antecessor: criar o melhor cenário possível para o garoto brilhar. Para o vascaíno e o mundo verem.
A necessidade de negociar o garoto só aumentou para o Vasco diante da redução das receitas por causa da paralisação dos jogos. Quanto a isso, o clube vive uma montanha russa. E a pandemia só intensificou a situação.
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No começo do ano, o Vasco contava com um primeiro semestre de boas atuações do garoto para negociá-lo na janela do verão europeu. Sem propostas, mas monitorado por grandes clubes, a transferência era tida como certa.
A fratura no quinto metatarso do pé esquerdo diminuiu a expectativa quanto a uma grande venda. Talles voltaria a jogar somente em maio, com pouco tempo para mostrar serviço e convencer os clubes interessados de que merece uma proposta de peso.
Com a pandemia, seu tempo inativo vai pesar menos, uma vez que todos os jogadores acabaram obrigados a ficar inativos. Inclusive os de mesmo perfil que o vascaíno, com quem ele disputa espaço no mercado.
Em compensação, a diminuição de receitas não é um problema exclusivo do Vasco. Todos os clubes no mundo passaram a lidar com a perspectiva de ganhos menores em 2020. Com menos dinheiro à disposição das diretorias, o volume de transações corre o risco ser menor.
Fonte: O Globo