Cabe ao Paris Saint-Germain a palavra final sobre os procedimentos tomados no tratamento de Neymar, que sofreu nova fratura no quinto metatarso do pé direito, a mesma contusão que o impediu de chegar com 100% de suas condições à Copa do Mundo. Na ocasião, a opção foi pela cirurgia, opção defendida pelo craque e que lhe dava mais chances de recuperação até o Mundial da Rússia. Novamente, Neymar se vê entre a operação e um tratamento convencional. Desta vez, no entanto, os compromissos do clube francês parecem pesar mais na balança. Nesta quarta-feira, o PSG deverá divulgar, após uma reunião com Rodrigo Lasmar, médico da seleção, quais serão os próximos passos.
Um tratamento convencional poderia colocar Neymar em campo mais cedo. Já uma cirurgia, considerada mais segura para uma consolidação definitiva da fratura, exigiria mais tempo. No ano passado, o craque brasileiro voltou a jogar cerca de três meses após se machucar.
Neste ano, o principal compromisso da seleção é a Copa América, em junho, no Brasil. A participação do jogador na competição não parece ameaçada. Já o Paris Saint-Germain, ansioso por ocupar um lugar de destaque entre os gigantes europeus, tem compromissos importantes pelas oitavas de final da Liga dos Campeões. Neymar já está fora do jogo de ida, contra o Manchester United, dia 12 de fevereiro, na Inglaterra. No entanto, caso o tratamento não cirúrgico tenha êxito, o atacante teria chance remota de jogar a volta, em Paris, dia 6 de março. Mas, se o time se classificar, poderia jogar a partir das quartas de final da competição.
Há um ano, a vontade do jogador foi primordial na decisão pela cirurgia. Afinal, havia uma Copa do Mundo no horizonte. Agora, a bola está com o PSG. Mas não é descartável a hipótese de que, mesmo tendo duelos vitais pela Liga dos Campeões, o clube francês decida operar Neymar.
Sem precipitação
O certo é que a seleção não colocará pressão. O time volta a se reunir em março, para os últimos dois amistosos antes da convocação para a Copa América. Um deles, dia 22, ainda não tem rival anunciado. No dia 26, o Brasil enfrenta a República Tcheca, em Praga.
? Perco meu emprego, mas não vou carregar a responsabilidade da saúde de um jogador ? disse Tite, garantindo que não levará o jogador para os amistosos caso a recuperação não esteja concluída.
? Temos que lembrar que ele é jogador do PSG, e vamos respeitar as decisões do clube ? acrescentou o coordenador de seleções Edu Gaspar, que está com o treinador em Paris.
O médico Rodrigo Lasmar estava a caminho da capital francesa para se encontrar com o departamento médico do PSG, hoje.
A fratura atual, ocorrida na última quarta-feira, na vitória por 2 a 0 sobre o Strasbourg, pela Copa da França, é considerada menos grave do que a sofrida há menos de um ano. No lance, o atacante tentava conduzir a bola e sofreu quatro faltas consecutivas, três delas feitas pelo mesmo marcador. Neymar ainda tentou permanecer na partida, mas logo acabou substituído por causa das fortes dores no pé direito.
Fonte: O Globo