O Flamengo provou mais uma vez que é o melhor time da América atualmente. A vitória de 3  a 0 sobre o Independiente Del Valle, nesta quarta-feira, no Maracanã, deu ao clube o inédito título da Recopa, a terceira taça erguida em um mês em 2020. Gabigol e Gerson, duas vezes, marcaram os gols.

Com um a menos por quase setenta minutos, mas uma atuação coletiva solidária, com destaque para o talento de Gabigol, o rubro-negro superou a expulsão de Willian Arão, que desfalca o time na estreia da Libertadores, e soube suportar alguns minutos de pressão sem dominar o jogo.

O jogo se dividiu entre antes e depois da saída de Arão. Completo, o Flamengo superou o forte calor e imprimiu bom ritmo, diante de um adversário que avisou logo que viria para um enfrentamento de igual para igual, como no empate na ida no Equador.

Rafinha e Arrascaeta foram a campo após desfalcarem o time na final da Taça Guanabara por desgaste físico, mas a formação ideal de Jorge Jesus não tinha Rodrigo Caio e Bruno Henrique, lesionados.

Pedro foi o escolhido para o comando do ataque, enquanto Léo Pereira ocupou o lugar na zaga. Desta forma, a postura agressiva, com marcação alta, foi a adotada no início, mas logo teria que sofrer um ajuste.

O Flamengo não demorou a abrir o placar. Segovia errou recuo para o goleiro, que tentou espalmar e desviou a bola para o travessão. No rebote, Gabigol só empurrou para a rede, livre, aos 18 minutos.

Passaram-se cinco minutos e o lance capital ocorreu. Arão dividiu bola no alto com Caicedo. O equatoriano levou uma pesada no peito, o árbitro assinalou falta com cartão amarelo, mas voltou atrás depois do chamado do VAR e expulsou o volante rubro-negro, que deixou o campo chorando.

A partir de então, o Flamengo que todos admirararam desde o ano passado ganhou nova versão. Com um a menos desde metade do primeiro tempo, o time se compactou na defesa e tentou sair em velocidade. Quase conseguiu fazer o segundo gol, com Gabigol, em jogada individual.

A estratégia defensiva deu certo. Com até cinco jogadores na linha mais próxima do gol, o Flamengo evitava as jogadas de velocidade do Del Valle e anulava a superioridade numérica. Só não conseguia controlar o jogo, ficar com a bola. Mesmo assim, terminou o primeiro tempo com cinco chutes a gol contra apenas um dos equatorianos.

Com gás recuperado para a etapa final, e ainda mais apoio da torcida, que entrou no jogo de vez, o Flamengo não se encurralou tanto. Tentou voltar a pressionar a defesa adversária, e alternou os movimentos com a compactação que havia feito sucesso.

A senha estava no posicionamento de Gabigol. Recuando até a linha do meio-campo, o atacante repetiu a arrancada em que quase ampliou o placar, mas desta vez avançou pela direita e tocou para Gerson chegar de trás e fazer o segundo do Flamengo, aos 17 minutos.

Mais tranquilo, o Flamengo soube administrar o resultado e o gás. Rodou mais a bola, usou da experiência para forçar a expulsão de Cabeza por falta dura, com auxílio do árbitro de vídeo, e ainda sacramentou o resultado com Gerson. Em contra-ataque inciiado por Michael, Gabigol serviu Vitinho, que tocou para Gerson dar números finais à partida.