Com resultados cada vez mais expressivos e um jogo em consolidação, Dominic Thiem tem galgado degraus no tênis mundial. Na ausência do Big 3, composto por Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic, a presença do austríaco soterra qualquer suspeita de um Rio Open 2020 desinteressante, mesmo com a desistência por lesão de última hora do italiano Matteo Berrettini (oitavo do ranking).
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Com uma lista equilibrada, encabeçada pelo número 4 do mundo, a edição deste ano entrega ao público um torneio nivelado, com o melhor nível técnico desde o aberto de 2016, quando Rafael Nadal, David Ferrer, Jo-Wilfried Tsonga e John Isner passaram pelas quadras do Jockey Club.
Entra ano e sai ano, o único torneio ATP 500 da América Latina diversifica a chave e tenta trazer para o Rio jogadores capazes de movimentar a venda de ingressos. Para esta edição, não foi diferente. Nomes como Stan Wawrinka, Alexander Zverev, Grigor Dimitrov e Andrey Rublev estiveram na pauta, mas não houve acordo.
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A principal razão para tantos “nãos” é a superfície em que as partidas são disputadas no Rio. Ainda que o próximo Grand Slam do calendário seja o Roland Garros (entre maio e junho), jogar em quadra de saibro não é prioridade para muitos atletas que, neste momento, preparam-se para os Masters 1000 de Indian Wells e Miami, ambos no piso duro. Federer e Djokovic, por exemplo, já não cogitam disputar troféus em terra batida (dominada por Nadal) em suas agendas.
Berrettini, aos 23 anos, prometia ser uma boa atração para o evento. O italiano, neto de avó brasileira, teve a melhor temporada da carreira em 2019, saltando do 59º posto do ranking para o oitavo, com campanhas consistentes, incluindo a semifinal do US Open, que perdeu para o campeão Nadal.
Ainda assim, a boa lista puxada por Dominic Thiem tem tudo para funcionar. Campeão do torneio em 2017, o austríaco chega novamente como franco-favorito, status reforçado após o vice-campeonato no Australian Open, há duas semanas. O saibro é o seu piso preferido, e foi nesta superfície que o número 4 da ATP chegou a duas finais de Roland Garros nas últimas edições. Agora, com 16 títulos na bagagem e moral elevado, é o homem a ser batido.
Há, no entanto, outros bons desafiantes no Rio. A principal novidade deste ano é o croata Borna Coric, que ostenta um currículo de dar inveja. Atual 31º do mundo (já foi 12º), é dos poucos que podem se gabar de já ter vencido Rafael Nadal, Roger Federer e Andy Murray na carreira. Em 2013, foi campeão do US Open Júnior. Outro postulante para ficar de olho é o argentino Diego Schwartzman, 14º do mundo, que vem de boas atuações e promete brigar novamente pelo título que faturou em 2018.
Correndo por fora estão o sérvio Dusan Lajovic (23º), que se destacou na conquista de seu país na ATP Cup ao lado de Djokovic, em janeiro; o também sérvio Laslo Djere (35º), que volta ao Rio para defender a conquista do ano passado; e, por fim, o uruguaio Pablo Cuevas (48º), outro ex-campeão na lista.
Por outro lado, a organização resolveu repetir a receita que deu certo em 2019: investir na geração futura. Se no ano passado o convite para o jovem Félix Auger-Aliassime, que não retorna em 2020, provou-se uma bola dentro após a ida do canadense à final, agora a grande aposta é Alejandro Davidovich Fokina, atual 89º do ranking. Com apenas 20 anos, o espanhol viveu temporada meteórica em 2019, saltando mais de 150 posições no ranking. Outra jovem promessa é o francês Corentin Moutet (76º), vice-campeão do ATP 250 de Doha, há um mês, quando eliminou Stan Wawrinka e Milos Raonic, perdendo a final para o russo Andrey Rublev.
Os três únicos brasileiros confirmados na chave principal do Rio Open são Thiago Monteiro (92º do mundo), Felipe Meligeni (170º) e Thiago Wild (206º), que receberam convites da organização.
A briga pelo título
Favorito absoluto ? Dominic Thiem (AUT)
Fortes candidatos ? Borna Coric (CRO), Diego Schwartzman (ARG) e Dusan Lajovic (SRB)
Correm por fora ? Guido Pella (ARG), Alejandro Davidovich Fokina (ESP) e Corentin Moutet (FRA)
Azarões ? Laslo Djere (SRB), Albert Ramos-Viñolas (ESP) e Pablo Cuevas (URU)
Fonte: O Globo