Os torcedores do Vasco que foram a São Januário na noite de ontem puderam avaliar o desempenho da equipe por dois ângulos. Pelo copo meio cheio, é importante valorizar a boa atuação cruz-maltina, que mostrou um futebol diferente do visto na Taça Guanabara. Do lado meio vazio, é de se lamentar que diante de um fraco Oriente Petrolero, o placar de 1 a 0 deixou a eliminatória aberta na primeira fase da Copa Sul-Americana. O jogo de volta está marcado para 19 de fevereiro, em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, e o cruz-maltino se classifica para a próxima fase até com empate sem gols.

? É importante essa vitória. Estávamos vindo de resultados negativos no Estadual, não conseguimos classificar, mas precisávamos demonstrar que poderíamos melhorar ? declarou Yago Pikachu.

Mas antes de largar bem no torneio internacional, o Vasco precisou enfrentar verdadeiras forças naturais. A forte chuva que atingiu a cidade do Rio de Janeiro fez a energia de São Januário e arredores cair ? lembrando o cenário vivido antes do duelo contra a Cabofriense, pela Taça Guanabara. Mesmo com a Light alegando que a culpa era do clube, a situação foi contornada sem maiores sustos. A principal consequência foi o gramado pesado e as poças d?água, que dificultaram as equipes nos minutos iniciais.

Com o meio do campo alagado, o caminho foi apostar nas laterais. Melhor para um veloz Talles Magno, que criou as melhores jogadas ao longo da partida. Tanto que foi dele a arrancada, drible e cruzamento para Germán Cano tocar e abrir o placar apesar da posição de impedimento ? o VAR só está ativo na Sul-Americana a partir das oitavas de final.

O Oriente Petrolero pouco assustou, tanto que finalizou apenas três vezes em direção à meta. O problema é que a fragilidade da equipe boliviana era evidente a cada lance, o que fez o placar de 1 a 0 se tornar injusto pelo que se via dentro de campo. Isso criou um clima de ansiedade em São Januário com o passar dos minutos, pois todos já pensavam nas dificuldades do jogo de volta.

Tudo poderia ser mais tranquilo se Marcos Júnior, aparecendo livre na pequena área, aproveitasse o bom cruzamento de Yago Pikachu e não finalizasse na trave em lance que o goleiro adversário estava caído ? lance também pela direita, como a maioria dos ataques. Ou então quando a trave impediu o gol vascaíno em duas oportunidades no mesmo lance: primeiro com Werley, que subiu em escanteio e acertou a trave, e mais uma vez com Marcos Júnior, que acertou o travessão no rebote.

No fim, a cera boliviana acabou irritando os atletas e torcida do Vasco. Se serve de consolo, a presença do volante Guarín nos camarotes de São Januário animou quem espera pela permanência. Questionado se estava tudo certo para ficar , a resposta foi que “ainda não?, mesmo estando ao lado de membros da comissão técnica do Vasco.