Eles são robustos o suficiente para bloquearem. Ao mesmo tempo, ágeis e explosivos para serem alvos seguros de passes. Um bom tight end na NFL indica versatilidade. Neste domingo, em Miami, o Super Bowl coloca frente a frente os dois jogadores que melhor representam o modelo ideal para a posição: Travis Kelce, do Kansas City Chiefs, e George Kittle, do San Francisco 49ers.
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O time da Califórnia vai em busca do sexto título da NFL ? o mais recente foi em 1995. Já os Chiefs venceram o Super Bowl da temporada 1969 e nunca mais tinham voltado. A bola voa a partir das 20h30 (de Brasília), e a ESPN transmite.
O confronto é acirrado. Entre os tight ends, é difícil apontar quem é superior. Nas últimas duas temporadas regulares, Kelce somou 2.565 jardas recebidas, enquanto Kittle teve 2.430. Nenhum tight end tinha alcançado esses números no somatório de dois anos seguidos. Nem mesmo aquele considerado o melhor da história da posição, Rob Gronkowski.
Kelce e Kittle carregam o legado de Gronkowski, que se aposentou no auge após o título da temporada passada pelo New England Patriots, e dividem a sucessão no reinado na NFL. O Super Bowl que marca a comemoração dos 100 anos da liga servirá como um diferencial para colocar um acima do outro em termos de resultado.
Além de Gronkowski, outro campeão recente da NFL também tem um tight end de topo: Zach Ertz brilhou pelos Eagles em 2017.
Conexão com Mahomes
Kittle não precisa receber a bola para ser eficaz ? embora tenha somado mais de mil jardas na temporada. Sua capacidade de bloqueios chama atenção. Com Kittle em campo, o avanço médio de corridas off-the-tackle (quando o running-back avança pelo lado da linha defensiva) é de 5,6 jardas por tentativa. Sem ele, a média cai para 3,3. A NFL ainda traz outra estatística: entre os tight ends, Kittle é quem mais forçou os defensores a errarem os tackles (20). Kelce é o segundo (18).
O jogador dos 49ers também funciona como chamariz dos marcadores, abrindo espaço para que outros integrantes do ataque sejam acionados enquanto têm menos pressão. Há um entendimento entre Kittle e os técnicos para que chamem jogadas nas quais os corredores passem por trás dele.
? Um dos melhores jogadores da NFL gosta de bloquear? Isso é uma vitória para qualquer treinador ? comemorou o técnico dos running backs dos 49ers, Mike McDaniel.
O time de San Francisco tem seguido à risca a orientação. O jogo corrido é devastador. Na vitória sobre o Green Bay Packers, na final da Conferência Nacional (NFC), foram só oito tentativas de passe. Foi a terceira menor marca da história dos playoffs ? o recorde é dos Dolphins de 1973, numa época em que o jogo aéreo do futebol americano era menos desenvolvido.
Mesmo com essa economia de passes, o placar foi 37 a 20 para os 49ers. O cenário deixa a vida do quarterback Jimmy Garoppolo mais fácil, como o próprio admitiu, e menos propensa a interceptações, ainda que Kittle e outros recebedores, como Samuel, sejam confiáveis.
Do outro lado, há um Kelce que impõe respeito.
? Ele é um monstro. Ele é a melhor ameaça na redzone da NFL. Eu já o assistia na faculdade. Ele meio que abriu portas para mim ? elogiou Kittle.
O entrosamento com o genial Patrick Mahomes, quarterback dos Chiefs, impressiona. Não por acaso Kelce é o líder em recepções do time na temporada. Nas semifinais de conferência, foram três TDs. Uma máquina de um ataque que somou 86 pontos nos últimos dois jogos. Os 49ers têm 64.
Travis Kelce é irmão mais novo de Jason, center (um dos integrantes da linha defensiva) dos Eagles de 2017. A chance é real de mais um anel para a família.
Fonte: O Globo