Um cenário de marasmo fazia a torcida se questionar no Maracanã, em tom de protesto: Qual dos dois tricolores em campo seria, de fato, o Fluminense? O exame de DNA que atestou o real formador de talentos, algo fundamental em temos de crise financeira, veio na forma de um meia-atacante de 16 anos: Miguel.
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A entrada dele após o intervalo foi a injeção de “irresponsabilidade? necessária para que o Flu abandonasse a monotonia e vencesse a Portuguesa por 2 a 0.
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Miguel não balançou as redes ? os autores foram Nenê e Gilberto. Mas foi com ele em campo, substituindo o Felipe Cardoso, que o time de Odair Hellmann deu liga. A intimidade é tanta que ele zoa até o mais experiente: Nenê, 38 anos.
? Meu avô ? brincou Miguel, que levou um tapa “carinhoso? do atacante ao dar entrevista ao Premiere.
O Flu venceu seu segundo jogo no Carioca, cumprindo o protocolo de somar pontos diante dos pequenos, unindo-se a Volta Redonda e Madureira como os times com 100% no Grupo B da Taça Guanabara.
Miguel estreou no time principal do Fluminense em junho do ano passado, contra o Cruzeiro, na Copa do Brasil. Na era profissional, tornou-se o mais jovem a entrar em campo pelo Flu. Nascido em Vila Velha (ES), o meia assinou contrato profissional ano passado. E a multa rescisória é de 35 milhões de euros.
Caminho longo
Atuações como a desta quinta-feira, em que pese a fragilidade da Lusa, dão sinais de que Miguel pode ser útil, mesmo quando Odair tiver todos os reforços à disposição. Mas o caminho da consolidação ainda é longo.
A idade aponta ainda a necessidade de evolução física ? ele dá muitos mais passos na corrida do que os rivais ? e aprimoramento de fundamentos, como finalização. Mas não dá para negar que Miguel sabe driblar. Foi com esse expediente que eles desestruturou a defesa da Lusa na direita e fez o passe o para o gol de Gilberto, o segundo do Flu, aos 11 minutos da etapa final.
? Tem que ser (abusado), senão não ando ? disse.
Miguel se mostrou à vontade. Deu até chapéu. Nos minutos finais, Miguel teve chance de fazer o dele depois de arrancar pela esquerda, mas acabou se embolando com a marcação e Pablo Dyego.
Antes da entrada de Miguel e do ajuste do time no vestiário, a Portuguesa foi muito mais contundente no jogo. Criou chances, fez Marcos Felipe trabalhar e deu, sim, motivos para que o torcedor se questionasse sobre quem, de fato, era o tricolor original.
No segundo tempo, o Fluminense foi mais agudo. Depois que Hudson roubou a bola no meio e serviu Lucas Barcelos, o atacante só foi parado por um pênalti cometido pelo goleiro Jefferson. Nenê converteu e fez seu segundo gol no Carioca, mostrando nesse início que a convergência de gerações pode dar certo.
Fonte: O Globo