Como estratégia para evitar danos à imagem das competições que organiza, a Conmebol quer evitar a exposição de situações nas arquibancadas que possam depor contra a “aura” de profissionalismo nos torneios. Com o novo contrato de direitos de transmissão, em vigor a partir deste ano, a própria entidade passa a coordenar o sinal e as imagens distribuídas. Essa rédea mais curta servirá para evitar que eventuais “cenas lamentáveis” ganhem mais destaque.
– Acontecia de o diretor de câmera ou o cinegrafista, se acontecia algum problema na arquibancada, dar enfoque mais para isso do que ao jogo. O que todo mundo quer é valorizar o espetáculo. Não estou querendo dizer que tem que esconder as coisas, mas estou querendo usar da melhor forma possível – comentou Fred Nantes, diretor de competições de clubes da Conmebol, em coletiva no Rio nesta quarta-feira.
Para compensar eventual perda de episódios relevantes nos estádios, a Conmebol vai montar um centro de controle em Assunção. A área disciplinar é apenas um dos setores da operação que receberá foco no “quartel-general” da entidade. A projeção de Fred Nantes é que o serviço esteja em atividade a partir de março. As imagens virão do hub montado na Argentina que fornece o conteúdo para a transmissão oficial.
– Isso quer dizer que vamos ter imagens das arquibancadas e de outros lugares que os delegados, oficiais de segurança, de imprensa, muitas vezes por que estão em atividade, não têm. Vamos poder ajudar eles nesse centro de comando. Não significa que todas as imagens tem que ser mostradas na TV. Isso é diferente – explicou Nantes.
Depois de uma Libertadores conturbada sob o aspecto disciplinar, o discurso da entidade é de tolerância zero às infrações cometidas por clubes e seus torcedores.
– A Conmebol não vai relevar o que esteja fora do regulamento. Fomos alvos de críticas pela questão disciplinar. Ninguém vai deixar passar nada. Não cumpriu regulamento? Vai ter que responder pelas atitudes. As imagens são importantíssimas e auxiliam muito para nós. Agora, temos acesso muito mais fácil sendo o dono das imagens – comentou o diretor de competições.
O aspecto de segurança nas partidas é um item que “martela” na mente dos dirigentes da Conmebol. O regulamento específico da área foi publicado recentemente, e Fred Nantes fez questão de esclarecer alguns pontos, citando a morte do torcedor do San Jose, em Oruro, na Bolívia, após ser atingido por um sinalizador atirado da torcida do Corinthians.
– A Conmebol não está proibindo bandeiras e faixas. Está regulamentando como ela podem entrar. Não existe trabalho de segurança sem campo visual. É um conceito básico. Não vamos esperar que aconteça outra tragédia como já aconteceu, como vocês sabem. Em 2013, por exemplo, dispararam foguete de trás de bandeira e um torcedor foi atingido – completou.
Fonte: O Globo