Santiago ? Depois de algumas tentativas, o Brasil está perto de encerrar a novela em torno da entrada do país no calendário da Fórmula E, categoria de carros elétricos, que conta atualmente com os pilotos brasileiros Felipe Massa e Lucas Di Grassi. A sinalização positiva do governo federal, em novembro passado, e a atuação da família Piquet fazem o Rio largar na frente para ser casa da categoria.

O GLOBO apurou que a Fórmula E fez uma visita técnica ao Rio em outubro. Mas ainda não há definição sobre o percurso, já que a categoria corre em circuitos de rua. O sonho da família Piquet era fazer uma prova passando pela orla de Copacabana, mas a complexidade para o trânsito inviabiliza o sonho em um primeiro momento. A região do Parque Olímpico, em Jacarepaguá, surge como alternativa mais viável.

? Não posso dizer que Rio está mais perto ou longe (do que outras candidatas), mas tem a nossa preferência ?, afirmou o co-fundador da Fórmula E, o espanhol Alberto Longo, que aponta Brasil e Japão como metas para a categoria. O calendário da próxima temporada é fechado em junho e há a expectativa do país ser anunciado.

Nelsinho Piquet foi o primeiro campeão da categoria, em 2014, e vem conversando com empresários para viabilizar a prova no Brasil.

? A viabilidade é boa, mas é um quebra-cabeça muito grande (para levar a prova para o Rio). Estamos trabalhando, são muitas peças para encaixar ?, afirmou o piloto, que não está mais na categoria ? Na conversa do meu pai (Nelson Piquet) com o presidente (Bolsonaro), a ideia era ir na praia de Copacabana, mas isso ia dificultar dez vezes mais. Futuramente, talvez.

O Parque Olímpico está neste momento interditado pela Justiça Federal, que determinou a interdição até que sejam fornecidos o laudo de vistoria do Corpo de Bombeiros e o habite-se da prefeitura.

Em novembro, o presidente Jair Bolsonaro assinou uma carta de apoio à Fórmula E no Rio, destacando a capacidade da cidade em receber grandes eventos, como Copa do Mundo e Olimpíada.

Nas últimas três temporadas, Santiago sediou a etapa sul-americana. Além da capital chilena, que recebe a prova deste fim de semana, Cidade do México é outro país latino do calendário, em prova marcada para meados de fevereiro.

SÃO PAULO

Segundo o piloto Lucas Di Grassi, campeão em 2017, a Fórmula E chegou a assinar dois contratos com o Brasil: o primeiro deles, em 2013, quando o próprio piloto chegou a desenhar um circuito no Aterro do Flamengo. O segundo foi em São Paulo, que chegou a ser anunciada no calendário da temporada 2017/2018, mas a prova não ocorreu por causa questões políticas envolvendo a privatização do Anhembi.

? Minha preferência é São Paulo, mas se temos uma corrida no Brasil, já é uma vitória.

Desde o início, a categoria já passou por outras cidades sul-americanas como Punta del Este (Uruguai) e Buenos Aires (Argentina).

Criada em 2012, a Fórmula E teve a primeira temporada  em 2014. A categoria é organizada pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA), mesma entidade responsável pela Fórmula 1. Com carros elétricos, a proposta principal é incentivar a energia sustentável e a inovação.

* O repórter viajou a convite da Fórmula E