Há diferentes maneiras de se aventurar no mercado de transferências. O desempenho do ano passado conta muito, e a saúde financeira mais ainda. Entre os grandes do Rio, enquanto o Flamengo tem seu time já montado e reforça o banco, Fluminense e Botafogo precisaram repor as perdas sofridas no fim da temporada e iniciarão 2020 com várias caras novas para o seu torcedor. O Vasco também sofreu desfalques, mas é até agora o clube que menos contratou.

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O Fluminense resolveu usar a janela para transformar o time-base do ano passado, desfalcado por saídas importantes. Depois de uma temporada de quase rebaixamento, é compreensível a busca por caras novas.Já chegaram quatro reforços com o status de titulares.

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Entre as sete contratações que estarão à disposição do técnico Odair Hellmann, Egídio, Henrique, Hudson e o peruano Pacheco chegam com condições de começarem jogando no Campeonato Estadual. As outras novidades são os jovens Caio Paulista, Felippe Cardoso e Yago Felipe. Ambos devem brigar por espaço no elenco antes de voos maiores. Dos que ainda estão na mira da diretoria, o ídolo Fred é quem chegaria para ser o camisa 9 e capitão tricolor.

Germán Cano em ação pelo Independiente Medellín Foto: Agência O Globo
Germán Cano em ação pelo Independiente Medellín Foto: Agência O Globo

Entre os quatro grandes do Rio, é o time das Laranjeiras que deve ter mais mudanças. Não à toa. O tricolor perdeu quatro titulares do ano passado: Caio Henrique, Allan, Daniel e Yony González. Os dois últimos foram golpes duros sofridos pelo departamento de futebol, que direcionou muitos esforços para mantê-los. Não conseguiu e se viu obrigado a ir ao mercado atrás de reposição.

Outro time que terá novidades na formação principal será o Botafogo, mas a estratégia alvinegra no mercado é diferente em relação ao tricolor. São sete contratações até agora, mas apenas três jogadores devem ser escalados entre os titulares pelo técnico Alberto Valentim, que dará continuidade ao trabalho iniciado ano passado. O lateral-esquerdo Guilherme, o meia Bruno Nazário e o atacante Pedro Raúl estão bem cotados. A diretoria procurou Felipe Vizeu, atacante que chegaria com status de grande reforço. Entretanto, a tentativa alvinegra fracassou.

Realidade paralela

Chegaram também os volantes Luiz Otávio e Thiaguinho, o meia peruano Lecaros e o zagueiro Ruan Renato. Em comum entre todos eles, o perfil: reforços bem baratos, que se encaixam na tentativa de redução drástica na folha salarial do futebol, e que ainda precisarão conquistar a confiança da comissão técnica. As principais saídas foram Gabriel e Diego Souza. O primeiro retornou para o Atlético-MG, que havia o emprestado em 2019. Diego Souza, astro do elenco no ano passado, não chegou a um acordo e terá o contrato rescindido.

O Vasco é exemplo de uma terceira estratégia: a ida pontual ao mercado. Tanto que tem tido dificuldades para contratar jogadores, especialmente os que têm mercado em outros clubes do país. Por enquanto, conseguiu concretizar a vinda justamente da única empreitada internacional. O argentino Germán Cano é centroavante e chega para ser titular em São Januário.

A diretoria busca outros reforços. O zagueiro Dedé é o principal deles. O Vasco ainda não conseguiu encontrar no mercado um meia de criação ? não é tarefa fácil. Abel Braga, que inicia nova passagem pelo clube da Colina, tenta ajudar na prospecção de jogadores.

Dos quatro times grandes do Rio, o Vasco é quem perdeu mais titulares. Saíram o zagueiro Oswaldo Henríquez, os volantes Richard e Guarín, e o atacante Rossi ? esse último confirmou ontem que não vai assinar novo contrato com o cruz-maltino. O jogador está em alta e seu destino mais provável é o Bahia. Ele e Guarín eram prioridades da diretoria. Rossi já se despediu e o colombiano tem poucas chances de permanecer.

O único que subverte a lógica até o momento é o Flamengo, com a contratação de reforços basicamente para a equipe reserva.

Foram quatro até agora: o zagueiro Gustavo Henrique e os atacantes Pedro Rocha, Michael e Thiago. A princípio, isso só deve mudar se o clube não conseguir a permanência de Gabigol, que pertence à Inter de Milão. A tarefa está difícil, mas o clube segue tentando.