A iminente contratação de Michael pelo Flamengo levantou o debate sobre a validade de um investimento entre R$ 33 milhões e R$ 36 milhões no jogador, que se tornará a quarta maior aquisição do clube, atrás de Arrascaeta (R$ 80 milhões), Gerson (R$ 49 milhões) e Vitinho (R$ 44 milhões). Mas superior a Bruno Henrique (R$ 26 milhões) e Éverton Ribeiro (R$ 22 milhões).
Entenda:O que falta para o Flamengo fechar com Michael
O Flamengo pretende adquirir de forma definitiva a revelação do Brasileiro de 2019, aos 23 anos. A justificativa do clube é que a qualificação do elenco é necessária e que há recursos para a investida sem comprometer o orçamento. Se der certo no Flamengo, Michael poderia ser revendido ainda mais caro.
Leia mais:Flamengo terá campo de treino exclusivo para goleiros no Ninho
Até agora, Michael foi oferecido no Flamengo, depois de Corinthians e Palmeiras não conseguirem chegar aos números exigidos pelo Goiás, que estipulou multa de R$ 50 milhões por 100% dos direitos do jogador. A ideia do empresário Eduardo Maluf era emplacar o atacante na Europa, mas não houve ofertas.
Confira:A seleção da década do Flamengo, de 2010 até 2019
Em 2019, Michael fez 16 gols em 54 jogos. Dois deles contra o próprio Flamengo. Michael se notabilizou por ser um jogador que se destaca em equipes que têm espaço para atacar o adversário. Realidade diferente da rubro-negra contra times fechados. Em vídeos seus gols demonstram também o drible curto, necessário contra tais sistemas.
De toda forma, o Flamengo apareceu como o único clube brasileiro com potencial para arcar com os custos de aquisição de 80% dos direitos econômicos. O atleta possui os outros 20%. A maior parte é dividida entre Goiás (75%) e Goianésia (5%), onde o atacante estava antes.
O Flamengo pretende parcelar o investimento ao longo desta temporada e na próxima. O contrato seria de quatro a cinco anos. Os questionamentos sobre os custos de Michael se devem principalmente por se tratar de um atacante que chegaria como reserva.
Relembre a movimentação no mercado em 2019 no infográfico abaixo:
As outras aquisições foram sem custos, como Pedro Rocha, por empréstimo com passe fixado. O modelo é o que o clube pretende adotar para trazer Pedro, da Fiorentina, e Thiago Maia, do Lille. O zagueiro Gustavo Henrique veio sem contrato do Santos.
No caso da revelação do Brasileiro, sem passagem pela Europa, o empréstimo não era opção, já que o Goiás queria permanecer com Michael e fez jogo duro. Mesmo com alguns nomes para a posição, o Flamengo entende que o jogador pode se desenvolver no clube e ser peça importante no esquema de Jorge Jesus, que deu aval para a contratação.
Vale lembrar que o Flamengo reservou entre 15 e 20 milhões de euros para a operação Gabigol. Os mais de R$ 70 milhões já estavam previstos no orçamento para 2020. Mas a intenção era diminuir os gastos que em 2019 passaram dos R$ 200 milhões.
Também é bom salientar que a venda de Reinier ao Real Madrid por 30 milhões de euros (R$ 135 milhões) tranquiliza a diretoria para voos mais altos no mercado. A questão é se eles são necessários ou se, para formar um elenco competitivo, o ideal é apostar em jogadores menos badalados, em baixa, que podem provar seu valor no Flamengo, o que a maioria dos titulares atualmente fez.
Fonte: O Globo