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Começos e fins: 2020 pode ser um ano histórico para os games



Dependendo da sua perspectiva, o ano de 2020 pode representar o fim ou o início de uma nova década.

A julgar pelo número de listas de “Melhores da Década” em outros sites pelo mundo, o consenso aparente é o de julgar este período entre os anos de 2010 e 2019.

Ao contrário de certas pessoas que conheço (oi Eloi), não concordo muito com esta divisão, tanto pelo simples pedantismo de achar que décadas devem começar pelo ano que termina com 1, mas também porque, particularmente no mundo dos videogames, por razões um pouco mais… narrativas? Poéticas? Algo neste sentido.

Digo isso pois 2020 parece, de muitas formas, uma conclusão e um começo, o fim de uma ordem e o começo de algo novo, e não apenas na mera questão da mera mudança de geração de console – embora ela seja definitivamente seja parte disso.

A atual fase do PlayStation e Xbox está chegando a seu fim, e já temos alguma ideia do que esperar das novas plataformas ? no caso da Microsoft, mais do que uma ideia, já que a empresa revelou oficialmente o Xbox Series X durante o The Game Awards 2019.

Embora todos os detalhes e especificações do novo console ainda não tenham sido divulgados, a Microsoft já foi clara ao dizer que o próximo Xbox é uma máquina potente, mostrando o trailer de Hellblade 2 como grande exemplo disso.

O PlayStation 5, por sua vez, foi oficialmente anunciado para o fim do ano, e embora também saibamos de certos elementos dele, ainda não temos muita ideia de como ele será, com as únicas pistas sendo imagens de seu kit de desenvolvimento.

Além disso, seu primeiro jogo oficial, Godfall, foi revelado durante o Game Awards.

Há aspectos das duas plataformas que chamam a atenção – toda a infraestrutura digital do Xbox; e o controle háptico do PS5 -, mas talvez uma das evoluções mais significativas seja na implementação do SSD em ambos os consoles, que a se julgar por testes podem eliminar quase totalmente a questão de loading em jogos.

Considerando que, por décadas, desenvolvedores têm pensado em formas de disfarçar o tempo de leitura de games, seja por cutscenes, ações dentro do jogo ou mesmo as simples telas, o fato é que nos próximos anos veremos o que é possível fazer sem precisar se preocupar com o loading.

No Brasil, a grande questão é qual será o preço do Xbox Series X e o PS5 por aqui, especialmente considerando que as empresas deixaram de fabricar as máquinas no país. Será que veremos algo comparável com o PlayStation 4 de R$ 4 mil?

(Provavelmente)

O ano de 2020 também pode mostrar ou não se o cloud gaming é viável, pelo menos por enquanto: após um lançamento fraco, o Google Stadia agora tem como objetivo conquistar a confiança do público, acertar os problemas de conectividade, e demonstrar porque ele pode servir como alternativa a PCs, consoles ou plataformas mobile.

Ao mesmo tempo, a Microsoft, que já tem um espaço significativo na indústria, tem algo semelhante a provar com o xCloud, embora tenha o benefício de, pelo menos por ora, considerá-lo mais como um complemento das plataformas Xbox.

No PC, após anos de investimento, a Valve parece estar pronta para mostrar o que é possível fazer com a realidade virtual por meio de Half-Life: Alyx, e a lançar mais jogos em geral – que, espera-se, não tenham o destino pífio de Artifact.

Isso sem falar da Nintendo, que apesar de já ter sua plataforma na forma do Switch, pode estar preparando, na surdina, o lançamento da aguardada sequência de The Legend of Zelda: Breath of the Wild neste ano, que pode ofuscar tudo o que estiver sendo planejado pelas outras companhias.

É um ano que, em diversas frentes, representa o começo de algo novo e, espera-se, diferente na indústria.

Isso, posto, os eventos mais impactantes só devem acontecer apenas da segunda metade do ano.

PORÉM, ATÉ LÁ…

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Sony Interactive Entertainment/Divulgação

A primeira metade de 2020, principalmente, parece ser a conclusão de diversas ideias, tendências e vontades que surgiram nos últimos anos.

O PS4 e Xbox One podem estar chegando ao fim do seu ciclo, mas isso não quer dizer que eles já estão em decadência, trazendo títulos extremamente aguardados pelo público: Cyberpunk 2077, The Last of Us Parte II, Ori and the Will of the Wisps, Final Fantasy VII Remake, Watch Dogs: Legion, Marvel’s Avengers

Cada um destes games parece carregar, de certa forma, o legado desta geração, mas evoluindo com o que foi aprendido no seu início – para bem e para mal – e potencialmente melhorando (ou até refutando) conceitos anteriores.

A sequência de The Last of Us, por exemplo, parece querer expandir e se aprofundar no ciclo de violência apresentado no primeiro; Cyberpunk 2077 quer evoluir o sistema de escolha e consequência tão bem representado em The Witcher 3; Final Fantasy VII Remake finalmente realizará os sonhos de fãs de rever um dos maiores clássicos dos anos 1990 em uma versão repaginada; Marvel’s Avengers quer trazer o modelo de jogos como serviço e uni-lo ao titã que é o nome da marca Vingadores; Watch Dogs: Legion expande a ideia de um jogo sem um protagonista jogável central; e por aí vai…

O próprio Halo Infinite parece ser uma ponte entre as duas gerações, sendo o principal jogo de lançamento do Xbox Series X, mas também disponível no Xbox One e PC.

É um fechamento de ciclo forte, e que parece chegar na hora certa para uma mudança de paradigma para o que vem por aí.

Agora é só esperar para ver se a realidade é capaz de alcançar as expectativas.

Fonte: The Enemy


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